Da Redação

Após uma série de reuniões e entendimentos políticos e técnicos, os deputados estaduais aprovaram substitutivo integral ao Projeto de Lei Complementar 10/2025, que autoriza o chefe do Poder Executivo a firmar contrato de gestão para operacionalização e execução das ações e dos serviços de saúde a serem executados pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein (SBIBHAE) no Hospital Central de Alta Complexidade de Mato Grosso.

Com previsão de iniciar os atendimentos médicos em setembro próximo, o Governo de Mato Grosso acelera o processo de contratação de uma OSS (Organização Social de Saúde), visando ampliar o leque de atendimentos e especialidades médicas a serem ofertados à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, de forma gratuita.

“O bom senso foi a palavra de ordem para que pudéssemos construir a aprovação da matéria que é fundamental para a saúde pública em Mato Grosso, que vai ganhar a partir desta parceria um know-how que na atualidade só existe nos grandes centros”, disse o presidente da Assembleia, Max Russi (PSB), ao agradecer o apoio de todos os deputados, mas principalmente do deputado Lúdio Cabral (PT), que soube recuar em busca do melhor para aqueles que dependem do SUS, que é gratuito.

Assim que foram concluídas as duas sessões plenárias e respectivas votações, o presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi, o primeiro-secretário, Dr. João (MDB), e outros 10 deputados foram pessoalmente levar o projeto de lei aprovado por maioria dos votos, com votos contrários dos deputados petistas Lúdio Cabral e Valdir Barranco, que defenderam a proposta, mas sem a participação de uma OSS, ou seja, com a gestão do futuro Hospital Central sendo realizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e mantendo a Sociedade Beneficente Israelita Hospital Albert Einstein como consultora, já que a mesma presta atualmente serviço de consultoria para a pasta de Saúde.

“Agradeço o empenho e a dedicação de todos os deputados, pois trabalhamos para que o melhor tratamento, a melhor saúde, chegue para toda a população”, disse o governador Mauro Mendes (União) ao frisar que, no próximo dia 22 de abril, acontecerá a solenidade de assinatura do contrato de parceria de gestão entre o Governo de Mato Grosso e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBHAE).

O chefe do Poder Executivo pontuou como fundamental a participação da Assembleia Legislativa por meio dos deputados, como dos demais poderes constituídos e de setores da sociedade na recuperação fiscal de Mato Grosso, na retomada de obras paralisadas há décadas e que não apenas estão saindo do papel, como irão transformar a vida das pessoas.

“Não importa se o Hospital Central será público ou privado. O que importa é que será o maior e melhor hospital de Mato Grosso com uma gama interminável de atendimentos e especialidades médicas e com tratamento digno para todos aqueles que procurarem aquela unidade de saúde de excelência”, frisou Mauro Mendes.

O governo do estado projeta um custo mensal da ordem de R$ 34,942 milhões/mês, sendo que deste total R$ 24,261 milhões serão de recursos próprios do Tesouro do Estado de Mato Grosso e R$ 10,68 milhões de recursos de faturamento junto ao Ministério da Saúde através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Com a assinatura do contrato, a partir de maio, a Sociedade Beneficente já inicia suas atividades como seleção de profissionais, compras de equipamentos e insumos e outras medidas para que, a partir de setembro, com as obras concluídas, os atendimentos sejam iniciados de forma efetiva.

A Secretaria de Saúde trabalha com o cronograma de início das atividades em setembro e 100% funcional a partir de fevereiro de 2026.

Serão 278 leitos, sendo 96 leitos de UTI – Unidade de Tratamento Intensiva ou semi-intensiva, 10 salas cirúrgicas, heliporto, além de equipamentos de última geração, bem como robôs utilizados nas intervenções cirúrgicas de maior complexidade.

Além disso, a nova unidade hospitalar também funcionará como residência médica para capacitação de profissionais de saúde como um todo.

“O Hospital Albert Einstein é um dos melhores do Brasil e está entre os melhores do mundo e este será o mesmo tratamento que será ofertado pelo SUS de Mato Grosso aos pacientes”, disse o governador do estado, apontando que a mesma entidade atua hoje em 36 unidades públicas em vários estados.

O substitutivo integral contemplou as emendas apresentadas pelo presidente Max Russi (PSB) em coautoria com o primeiro-secretário, Dr. João (MDB), e também as emendas de autoria do deputado Lúdio Cabral, que deixou tácito ser contra a gestão através de OSS, mas a favor da parceria ou consultoria da Secretaria de Estado de Saúde com o Hospital Albert Einstein.

“A gestão administrativa e financeira deveria ficar com a Secretaria de Saúde, por uma questão de segurança jurídica, já que existe lei estadual e lei federal que estabelecem os ritos para uma parceria como essa e que não estão sendo respeitados”, disse Lúdio Cabral.

O parlamentar defendeu também que fosse resguardada a posse dos mais de 7 mil aprovados no concurso realizado pela Secretaria de Estado de Saúde, via Fundação Getúlio Vargas (FGV), mas essa tese acabou rejeitada na votação da emenda por destaque.

Por sua vez, o presidente Max Russi sinalizou que cuidados extras foram adotados para resguardar a parceria e principalmente para assegurar que após décadas uma unidade de saúde como o Hospital Central pudesse sair do papel e se tornar realidade.

Na justificativa, os deputados estaduais deixaram claro que o presente substitutivo visa modernizar a redação, com a intenção de garantir o aperfeiçoamento, eficiência e a qualidade assistencial por meio da expertise da entidade. Para tanto, incorpora mecanismos de transparência e responsabilidade, como o repasse controlado de recursos, a prestação de contas periódica e a realização de audiências públicas, garantindo o devido controle social.

A transferência de conhecimento, por meio de treinamentos e intercâmbio de práticas de gestão, também está prevista, fortalecendo a qualificação e a autonomia da rede pública estadual. Por fim, a autorização para destinação de recursos para aquisição e incorporação de equipamentos hospitalares reforça o compromisso com a atualização da infraestrutura, contribuindo para a melhoria contínua dos serviços prestados à população.

“Tenho convicção de que construímos o melhor para Mato Grosso e para sua gente, que vai ter um hospital de excelência, como é mundialmente reconhecido o Hospital Albert Einstein”, disse Max Russi.

O líder do governo, Dilmar Dal’ Bosco (UB), também fez questão de enaltecer a postura do deputado Lúdio Cabral, que, como médico, defende que o Hospital Central se torne uma realidade.

“Construímos o que de melhor poderia ter sido feito e tenho certeza, por tudo que o governo Mauro Mendes já realizou, com o apoio da Assembleia Legislativa, dos Tribunais de Justiça e de Contas e do Ministério Público, que essa parceria com o Hospital Albert Einstein será um sucesso e precursora de novas parcerias”, frisou o líder do governo.

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Adilson Costa